segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Colisão de gerações

Trec, Prac,zennnn,Triccccc. Esse barulho saiu de uma música produzida por um DJ, ou disc jocker, e até mesmo para os mas antigos, controlador de som, mas eu não quero falar da masturbação que foi feita nas músicas dessa época, quero ir até os dourados anos setenta e oitenta, quero falar um pouco do privilégio que eu tive em viver esse tempo junto com minhas irmãs e alguns sortudos amigos.
Sou da época em que as meninas escreviam bilhetinhos ao seu desejado futuro namorado, marcando encontro naqueles parques de diversões onde o barulho dos brinquedos eram infernal, mas que soavam como uma canção aos meus ouvidos.
Sou da época em que o menino tirava a menina para dançar agarradinhos, nas festas chamadas de tertúlias, e que animavam a galera nos finais de domingo nos clubes da cidade.
Sou do tempo que MACONHA era coisa de bandido.
Ei... Crack na minha época já existia!
Tinha Falcão, Zico, Reinaldo, Sócrates e outros.
Nesse tempo dancei as músicas do Bee Gees, Lobo, Trepidants, Pholhas, The Police, Abba, etc...
Tinham em Macapá as bandas Setentrionais, Placa Luminosa, The Tranps, Milionário,os cometas e outras.
Assisti pela primeira vez televisão colorida na casa de um amigo, é claro, sem ser convidado, assistia tudo pela janela, isso quando aquela almofadinha chamada Manoel Jose não resolvia fechar a janela na nossa cara.
Subia em goiabeiras, tomei banho no quebra-mar, vendi chopp no bairro Santa Inês na época das palafitas, comia croquete sem saber a procedência, conheci a garagem do governo que era motivo de orgulho para muitos filhos de funcionários daquele lugar. Estudei na Escola Gen. Azevedo Costa, Joguei pelada de rua e cada chute que eu dava naquela bola toda empenada, um pedaço do dedo ficava naquele campo de piçarra em frente do “meu colégio”,e que hoje funciona a UNA, fiz corica com tala de coqueiro, saia correndo por baixo de um sol tão forte que deixava meu couro igual um galeto assado de forno; a noite eu ia dormir com o corpo em frangalhos, mas satisfeito por ter conseguido capturar um papagaio com a tala quebrada, nunca acertei empinar uma pipa...Daquelas que os viadinhos (filinhos de Papai) compravam!
Quando eu era criança lembro que eu dizia para um amigo:
-Quando eu crescer que começar trabalhar, vou comprar um monte de pão e bolo para eu comer com os meus irmãos, Jorge e Marcio, e não vou dar nem um pedaço pro Jacaré..Ele me bateu!
Naquela época Buylling não existia, se existia estava lá no meio dos viadinhos que geralmente eram filho dos Políticos e empresários da época, o menino pobre se adaptava a qualquer situação. O tempo passou, a televisão e o homem neo moderno chegou lá de baixo, do Sul do país! Trazendo na sua mala a doença do consumismo, o trauma psicológico, o crack,e tudo quanto você pode imaginar de perversão
Hoje tenho Vinte um seguidores oficias que são meus sobrinhos, tenho também uma filha de onze anos que já tem opinião feita, sobre os vermes que fazem o sistema funcionar de forma errada na nossa cidade, ensino minha filha a perguntar, a reclamar e principalmente a respeitar, se ela não faz o que eu mando,não é minha culpa, estou fazendo a minha parte como pai.
Penso que um dia eu e minha filha dormiremos no senhor e juntos, poderemos andar em um parque de diversão, criado por Deus, eu serei o administrador e sem a interferência daqueles que um dia construíram a máquina do tempo, e jogaram nós bem aqui onde eu estou hoje, no futuro.



Autor:Manoel Fernandes