terça-feira, 27 de setembro de 2011

A donzela

A donzela

Dois de novembro do ano onze da era cristã. O mundo passava por um período de acontecimentos sombrios e macabros, coisas esquisitas aconteciam sem que ninguém pudesse dar uma explicação; a noite parecia não ter fim; chovia muito no pequeno condado de Porto Grande; as pessoas pareciam ter medo de tudo e de todos. Ninguém podia deixar nem mesmo um rolo de papel higiênico na latrina que o mesmo sumia.
Na esquina da Avenida Vai e Vem, número que não tem, morava uma Professora muito vaidosa, chamada de Layde Sandra.
Todos os dias, depois de chegar do trabalho, Layde Sandra deixava sua carruagem aos cuidados de seu segurança, Manoel, (o anjo), e saía correndo, ao mesmo tempo se despindo, em direção a uma bica de água mineral que existia atrás de seu castelo, para tomar aquele banho, que enlouquecia seu segurança, quando o mesmo decidia ir brechar a quela formosa donzela.
Certo dia, depois de muitos banhos e muitas brechadas, a professora Layde Sandra, já desconfiada, resolveu despedir o coitado do segurança.
Nesse mesmo período os cavaleiros da távola redonda estavam perseguindo um bandido chamado Não-te-afoba, que andou sumindo com o dinheiro da coroa do condado de Porto Grande.
Layde Sandra achando que já podia ficar sem a companhia de seu segurança (o brecheiro!), resolveu abusar da sorte e foi tomar banho, totalmente pelada e de portas abertas, para que todo mundo pudesse apreciar aquele seu corpo que só o seu segurança conhecera, até aquele fatídico dia.
Em seguida ouviu-se um creptar da porta se fechando e, Layde Sandra, ao virar-se, se depara com o safado do “Não-te-Afoba”, sem dois dentes na boca, um olho vazando e com a cabeça toda cheia de feridas, fora algumas notas de cem reais que podiam ser vistas pelo seu bolso todo rasgado, se exibindo, na beira da bica, para a nossa desprotegida donzela...
-Epa! Quem foi que disse que ela estava sozinha?
-Olha quem vem saindo de traz daquela bananeira!
-Pois não é o segurança da nossa donzela.
Bom, o resto da história vocês já devem imaginar. Só sei de uma coisa: o “Não-te-Afoba” não terminou bem nessa história.